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Shi

A Shi foi Mamã | O Parto da Minha Gatinha

Shi, 11.08.18

A maternidade da Shiva veio de forma inesperada e louca. Nunca acreditamos até a barriguinha e o apetite aumentarem. A Shi é muito especial para mim, tanto que o nome do blog ficou decidido graças a ela, mas esta experiência maternal foi (e está a ser) marcante. E já que na sondagem no instagram, 100% respondeu que queria saber mais pormenores sobre o parto, aqui está a história. 

 

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Sou a pessoa dela, dizem que os gatos têm sempre uma pessoa de eleição e sim , eu sou a favorita dela. Faz parte do meu quarto e do meu coração. É sensível, amorosa e delicada, até com a Madalena se dá bem. Acontece que, por adiarmos a esterilização, a Shi apanhou a porta aberta e decidiu partir para a aventura de conhecer aqui a aldeia. Foi o pior dia da criança de sempre, desapareceu por volta das 8 da manhã e só a reencontrámos (a minha irmã e os vizinhos atenciosos da zona) 30 horas depois. Vinha assustada, esfomeada e sem rumo. Foi o maior susto da sua vida e da minha! Ao contrário do que me diziam, a Shiva não era capaz de se virar sozinha. Claro que tem o seu inabalável instinto felino mas ficou claro que na rua não ia conseguir sobreviver. 

 

 

Os dias passaram e a Shiva voltou ao normal com a excepção de que nunca mais quis ir para a rua. Um mês depois já tinha ganho uns quilinhos e percebemos que íamos ser avós! Começámos a fazer a contagem decrescente mas parecia que nunca mais chegava o momento.

 

Dia 6 de agosto, segunda-feira, estava eu pronta para sair de casa e só voltar no dia a seguir, quando a Shiva começou a miar de forma histérica, a chamar-me para o quarto. Preparei-lhe o ninho e como não ficaria sozinha em casa, tentei sair várias vezes. Mas a coisa mais irreal de sempre aconteceu: a Shi não deixou, gritando e pedindo afeto. Fiquei parva e emocionada! Já tinha lido que existiam gatas que pediam ajuda aos donos mas nunca pensei presenciar tal coisa porque a maioria gosta de estar sozinha. 

 

 

Acabei por ficar, ela escolheu a cama que quis e dali não saiu. Às 21:05 da noite inesperadamente, enquanto gravava um vídeo para enviar a uma amiga apenas para ela ver a Shi deitada, ela começou a dar à luz o seu primeiro filhote.

 

A Shiva é imatura, é uma bebé auténtica! A minha mãe diz que esse é o defeito dos meus animais, são crianças para sempre. Aliás, diz que o defeito é meu porque os mimo demasiado. Para mim, é o que os torna especiais! Toda a ternura que eles têm por mim é clara quando nos olhamos. Se ser louca é gostar de animais assim, então eu sou louca porque os amo do fundo do meu coração e não tenho vergonha de admitir! Não dispersando, o que queria dizer é que não estava à espera que ela soubesse tão bem desempenhar o papel de mãe. Ainda para mais depois da histeria para eu ficar em casa a vê-la em trabalho de parto desde as sete da tarde. Mas aqui a mamã galinha estava enganada quanto à independência da minha fofinha. Depois do primeiro gatinho, foi ficando mais fácil e fez tudo o que na net dizia que ela iria fazer. Ainda dizem que os animais não são seres maravilhosos? Eu estava claramente mais nervosa que ela e já tinha estudado como se fosse a um exame. 

 

 

O parto correu bem, sendo natural e mágico! No entanto, há uma infelicidade nesta história. O último gatinho nasceu com uma abertura ao longo do ombro e com as patas traseiras não desenvolvidas (não está no vídeo). Liguei para a veterinária que me explicou que é normal acontecer na primeira ninhada e que a natureza acabaria por levá-lo durante a noite. Mas a pequena (mais tarde descobrimos o sexo) não nos abandonou e de manhã lá estava ela a pedir uma oportunidade à vida. 

 

Levámo-la à nossa veterinária de sempre que não nos mentiu quanto ao prognóstico. A baby não foi gerada de forma correta e por isso as possibilidades de sobrevivência seriam quase nulas por ser tão pequena para se sujeitar a uma cirurgia. Foi nos dada a possibilidade de eutanasiar ou de tentar ver o que a natureza fazia. A minha mãe preferiu trazê-la e dar tempo ao tempo. Horas mais tarde, durante a madrugada, a pequena acabou por não resistir apesar de todos os esforços. Ninguém desistiu dela até ao último segundo, a minha irmã e os amigos alimentaram-na porque ela já tinha dificuldade e a Shi nunca a colocou de parte como seria de esperar por perceber que não resistiria. Infelizmente, a vida é mesmo assim. Apesar de ter horas já a tínhamos no coração e é sempre um momento triste. 

 

 

Agora é fazer figas para que corra tudo bem com estes dois comilões. Têm bar aberto na verdade! A Shi continua a surpreender-me todos os dias, com a sua dedicação e amor. Tem acesso total à casa mas não os deixa por mais de 15 minutos, gosta de dar as suas voltas e fazer um ronrom rápido em cima de mim mas os bebés são a sua prioridade. Estou babadérrima de orgulho sabem? 

 

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E vocês? Ninguém com vontade de ter um amigo para a vida inteira (dele)? Estes babes vão crescer e eu não vou poder ficar com eles, se acham que conseguem ser o melhor amigo de sempre para estes pequenos digam. Mas uma adopção RESPONSÁVEL, todos os animais merecem uma família com amor, dedicação e um lar seguro e acolhedor.

 

 

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