Passeios Sintrenses | Palácio de Monserrate II
Junho chegou mas o tempo ainda não está ótimo para aproveitar os fins de semana na praia. As tardes ainda estão ventosas e o calor não é suficiente para andar de fato de banho. O que fica a apetecer mesmo é passear e aproveitar para lanchar.
Uma das grandes questões é que a maioria dos sítios estão cheios de pessoas e para quem não é fã de muita confusão (tipo eu) torna-se aborrecido passar domingos em filas de espera.
Além disso, um verdadeiro amante de natureza não gosta de estar constantemente na cidade. Desde que os parques de Sintra são gratuitos, durante os domingos, para os moradores do concelho, temos aproveitado para ir tomar um café nos mais belos palácios.
O primeiro domingo do mês foi marcado a uma visita ao palácio de Monserrate. Não é nenhuma novidade para nós nem para vocês já que aqui falei sobre este belo palácio.
No entanto, hoje deixo-vos algumas fotografias da obra do arquiteto inglês James T.Knowles e falo-vos um pouco mais sobre a história deste palácio.
Já aqui vos disse que o palácio de Monserrate surgiu a partir da junção de uma capela em ruinas e de uma mansão neogótica do século XVIII.
No entanto, por volta de 1840, o edifício estava totalmente ao abandono e degradado. Alguns sítios da estrutura já tinham desabado e o material de chumbo roubado.
Francis Cook, em 1858, compra o terreno e contrata James Knowles para desenhar um novo palácio. Quem conhece o palácio já sabe que tem um estilo bastante próprio, juntanto aspectos arquitetónicos indianos, árabes, góticos e orientais.
As colunas são super elegantes e levam-nos à idade Média. É uma arquitetura marcada pelo gosto orientalista e eclético do milionário inglês que em 2 anos viu erguer a sua casa de férias em Sintra.
O arquiteto inglês aproveitou alguns elementos da constução anterior mas os aspectos principais são da sua autoria. Entre 1863 e 1865, mais de 2000 pessoas terão trabalhado na construção do palácio. Talvez, por isso tenha sido tão rápida a sua execução.
Depois de concluída a construção, Francis Cook contratou cerca de 300 pessoas para cuidar da casa, do parque (jardim) e do bem-estar da família.
Este milionário faz furor em Sintra e compra 13 quintas na zona e o Convento dos Capuchos. Como recompensa pelo trabalho que Francis Cook havia dedicado à reconstrução do palácio e à construção de duas escolas primárias em Galamares e Colares, o rei D.Luís condeceu-lhe o título de Visconde de Monserrate.
A propriedade fica nas mãos da família Cooks até 1947 quando são obrigados a vendê-la por terem perdido grande parte da fortuna na primeira metade do século XX.
O seu último proprietário foi um comerciante de antiguidades que após dois anos vendeu o palácio ao Estado Português. Em 2010 fizeram-se algumas obras de recuperação e agora, está novamente (pelo menos há andaimes por todo o lado).
Para mim, nunca é demais visitar estes locais maravilhosos. Aproveitar os espaços verdes e o ambiente natural em que estão inseridos é umas das belas vantagens de ser português.