Portugal de negro e vermelho
Estou sem palavras para toda esta situação que o meu país está a passar... E na verdade, tenho que estar mesmo. A minha carteira profissional não permite que teça teorias sobre de quem é a culpa ou onde estão as falhas.
No entanto tenho familiares que foram afetados pelo incêndios, desta vez, e acompanhei de perto toda a tragédia de Pedrógrão Grande. E tudo isto deixa-me muito triste e é quase impossível ficar indiferente. Pensar no desespero de todas as famílias que foram, de qualquer forma, afetadas pela demasiada força do fogo e pela falta de capacidade de resolução de problemas em Portugal (seja de quem for a culpa).
Este ano já arderam mais de 515 mil hectares e de acordo com o EFFIS, entre 2008 e 2016 tinha ardido pouco mais de 94 mil hectares. O fogo de Pedrógão Grande e na região em redor foi o mais extenso, com cerca de 46 mil hectares, dos últimos 10 anos, na União Europeia. No entanto, só no passado domingo arderam mais de 54 mil hectares. O que muitos não sabem é que desde 2012 que somos recordistas em área ardida em fogos de grandes dimensões na União Europeia...
Por isso, apenas agradeço toda a coragem dos bombeiros e a força incrível de todos aqueles que protegem as suas vidas e as de quem amam. Portugal está de luto há 4 meses e agora o pesadelo regressou para piorar. Seremos para sempre o país pequeno da Europa dirigido por pessoas que pensam pequenino? Ou este será mesmo o nosso fado? Só sei que precisamos de mais. De mais muita coisa... O vermelho acabará por consumir o que resta e o cenário, seguinte, será a negro como uma verdadeira zona de guerra.