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Shi

Liberdade! Liberdade!

Shi, 25.04.17

Portugal salazarista vivia, numa realidade ditatorial pouca própria para a época. O intitulado de salvador da nação, Salazar, preservava os valores tradicionais, o imperialismo colonial e o nacionalismo económico, o que ia ao encontro de líderes fascistas como Mussolini e Hitler.

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O Estado Novo , em 1933, inicia um período onde os direitos individuais, apesar de serem reconhecidos, interceptam com os direitos da nação e passam a ser reprimidos de tal forma que todo o poder do Governo se sobrepunha a qualquer instituição. O mundo da repressão da opinião tinha chegado controlando a imprensa, o direito à greve e até os debates familiares mesmo à porta fechada.

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A censura chegou e silenciou todos os meios de comunicação social. Os conteúdos militares, políticos e religiosos eram minuciosamente supervisionados de forma a impedir a divulgação de informações que denegrissem a imagem do governo.

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Entra em ação a PIDE, uma polícia política com uma enorme rede de informadores em locais socialmente frequentados, como escolas e emprego, que prendia os opositores ao regime onde quer que eles estivessem. Utilizavam a força física e psicológica para alcançar denúncias e confissões.

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  Todos os pensamentos, ideias e opiniões do povo português eram reprimidos e moldados à maneira de Salazar. A censura, a fome, a falta de oportunidade, as fracas condições económicas e a Guerra Colonial em África surgiram como impulsionadores da revolução dos cravos.

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  Foi assim, que na madrugada de 25 de abril de 74 a natureza de cada português veio ao de cima e foi superior a qualquer valor do Estado Novo. O silêncio acumulado chegou às cordas vocais e à força física de cada cidadão levando ao golpe de estado.

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Ouve-se "e depois do Adeus" de Paulo de Carvalho e seguidamente soa a canção "Grândola, Vila Morena" de Zeca Afonso o que marca o início das operações. O objectivo era derrubar o regime vigente e com homens e veículos prosseguiram o plano rumo a vários alvos estratégicos.

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Em Lisboa, a Baixa pombalina e o Terreiro do Paço são ocupados pelo MFA comandado por Salgueiro Maia e no Porto, o quartel-general da região militar, o aeroporto Pedro Rubras e a RTP são tomados pelas forças lideradas por Carlos de Azeredo.

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Os populares vão se acumulando junto ao Largo do Carmo e não perdem a oportunidade de assistir à queda do regime e à implantação de um regime democrático. São disparadas duas rajadas de metralhadora sobre o quartel e, a resistência de Marcelo Caetano chega ao fim, o Presidente do Conselho acaba por passar o comando das Forças Armadas ao general António Spínola.

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Mesmo assim, os cravos nos canos das espingardas não impediram que um grupo de manifestantes fosse morto pela PIDE.

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Infelizmente, o período que se seguiu foi conturbado, de muita violência política e agitação social. Os três D's do programa do MFA (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver) tinham dificuldade em se realizar mas isso já é outra história...